Política
Bancada do Amazonas vota a favor do impeachment de Dilma
Os votos “sim” dos deputados federais Alfredo Nascimento (PR-AM) e Hissa Abrahão (PDT-AM) ao impeachment da presidente Dilma Rousseff na noite deste domingo, 17, foram as surpresas da bancada do Amazonas. Contrariando decisões de seus respectivos partidos, que fecharam questão contra o impeachment, Alfredo e Hissa seguiram os demais colegas de bancada que, por unanimidade deram os oito votos favoráveis ao impeachment.
No momento de anunciar o voto, Alfredo justificou a decisão: “Eu presido nacionalmente o Partido da República (PR) quem e numa reunião da Executiva, realizada de forma democrática, majoritariamente o partido decidiu encaminhar o voto “não”. Em respeito ao meu partido e em respeito aos meus colegas parlamentares, comunico a esta casa que renuncio o meu mandato de presidente nacional do Partido da República porque entendo meu voto de forma diferente. Meu voto não pertence ao governo, não pertence à oposição e sequer pertence a mim. Meu voto pertence ao povo do amazonas que me pôs na vida pública há mais de 30 anos e da qual me orgulho muito; e majoritariamente o povo do meu estado do amazonas vota pelo impedimento. Portanto, eu voto sim”, anunciou Alfredo Nascimento, sendo aplaudido pelos parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma.
E o tão aguardado voto de Hissa Abrahão foi revelado. Ao microfone do plenário da Câmara ele cumpriu a promessa e guardou até o último momento a decisão. “Houve uma tentativa, no meu estado e na cidade de Manaus, muito clara por parte dos meus adversários políticos sem eu nunca ter dito o meu voto, de me jogar contra o povo; eu fui um dos deputados federais mais votados da capital do amazonas. O meu lado é o lado do povo. Sou um homem de coragem e eu não aceito pressão de nenhum dos lados, portanto, eu voto com Manaus, eu voto com o povo, o meu voto é sim”, declarou Hissa Abrahão.
A decisão do parlamentar, que a menos de um mês saiu do PPS, partido de oposição e a favor do impeachment, para o PDT, que decidiu, em reunião do Diretório Nacional, indicar voto “não”. Momentos antes de iniciar a votação em plenário, o líder do PDT na Câmara, Weverton Rocha (MA), disse esperar que Hissa votasse contra o impeachment porque é decisão do diretório na nacional. “O deputado que não votar de acordo com a orientação do partido, sofrerá sanção (punição) política, podendo até ser expulso”.
Se for cumprida a punição, Hissa vai perder o comando do PDT no Amazonas, mas poderá se filiar em outro partido e concorrer às eleições municipais deste ano como candidato a prefeito de Manaus.
O deputado Átila Lins (PSD-AM) também cumpriu a promessa e desta vez votou “sim”. Em 1992, no impeachment do presidente Fernando Collor, ele votou contra e disse que sofreu as consequências políticas da decisão, como a estagnação na carreira. “Pela minha família, pelo povo do meu Estado do Amazonas, por um Brasil melhor e para me reencontrar com a história, voto “sim”.
Também votaram favoravelmente ao impeachment os deputados: Arthur Bisneto (PSDB-AM), Conceição Sampaio (PP-AM), Marcos Rotta (PMDB-AM), Pauderney Avelino (DEM-AM) e Silas Câmara (PRB-AM).
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