Fies não será mais 'disputa por ordem de chegada', diz Janine Ribeiro




O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou, na noite desta quinta-feira (30), que a partir do segundo semestre o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) "deixa de ser disputa pela ordem, quem chega primeiro leva, quem chega no fim não consegue". Em entrevista exclusiva aoG1, em São Paulo, o novo ministro afirmou que o novo modelo do programa será semelhante a outros, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usam critérios de avaliação acadêmica, de localização e condições socioeconômicas para selecionar estudantes.

O ministro da Educação Renato Janine Ribeiro (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)O ministro da Educação Renato Janine Ribeiro
(Foto: Paulo Guilherme/G1)
"Em termos de concepção, o Fies deixa de ser disputa pela ordem, quem chega primeiro leva, quem chega no fim não consegue, e passa a ser uma abertura por um determinado prazo de tempo, passado o qual o computador decide em função de alguns critérios", explicou ele.

Entre um dos critérios está a nota do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A edição de 2015 da prova, porém, ainda não tem data definida. De acordo com o ministro, o edital do exame já está quase pronto, mas ainda há detalhes, inclusive os dias das provas, ainda esperando uma decisão. Na entrevista, o ministro falou ainda sobre o grande número de professores da rede estadual do Paraná feridos pela Polícia Militar na quarta-feira (29), durante um protesto.
Números indefinidos
O número de contratos de financiamento disponívels no segundo semestre, porém, ainda não está definido. "Nós não sabemos ainda qual será o estoque de financiamentos que vamos ter no próximo semestre, por isso não posso dizer nada sobre como vai ser ele, em termos de quantidade", disse Janine Ribeiro.

O prazo de inscrição para novos contratos do Fies no primeiro semestre acabou na noite desta quinta-feira. Segundo o balanço parcial divulgado pelo MEC no início da tarde, o número de novos contratos havia alcançado a meta de 250 mil, que, segundo o ministro, equivale à quantidade de recursos financeiros disponível para o programa.

"Tudo indica que todas as pessoas que nós tínhamos dinheiro para apoiar terão o financiamento", afirmou ele. Às pessoas que contavam com o financiamento do MEC para fazer faculdade, mas acabaram sem contrato, o ministro indicou que eles tentem novamente uma vaga nos programas do governo federal de acesso ao ensino superior, como Sisu, o Prouni ou o próprio Fies.

Leia a seguir trecho da entrevista concedida pelo ministro.

Site do Fies fechou para novas inscrições às 23h59 desta quinta-feira (Foto: Reprodução/Fies)

O que o MEC tem a dizer aos estudantes que estavam contando com o Fies, mas não conseguiram o contrato?
O Fies tem um orçamento. Esse orçamento limita o número de contratos, então nós conseguimos mais de 250 mil financiamentos. Ainda não temos o dado final. Estamos contentes porque, ao que tudo indica, nós conseguimos emplacar todos os financiamentos. Ou seja, tudo indica que todas as pessoas que nós tínhamos dinheiro para apoiar terão o financiamento.

Agora, como todos os recursos públicos, eles são limitados, são finitos. Então, as pessoas que não conseguiram podem tentar, nessa ordem, o Sisu, o Prouni, que vão reabrir no próximo semestre, e podem tentar também o Fies.

E o que elas podem esperar do próximo semestre? O Fies vai ter o mesmo sistema do Sisu?
O Fies deve passar ao sistema do Sisu. Nós não sabemos ainda qual será o estoque de financiamentos que vamos ter no próximo semestre, por isso não posso dizer nada sobre como vai ser ele, em termos de quantidade.

Em termos de concepção, o Fies deixa de ser disputa pela ordem, quem chega primeiro leva, quem chega no fim não consegue, e passa a ser uma abertura por um determinado prazo de tempo, passado o qual o computador decide em função de alguns critérios. São basicamente os critérios que foram ditos agora, e talvez mais alguns critérios.

Por exemplo: instituições que ficam longe dos grandes centros poderão ter alguma vantagem em relação a instituições colocadas nos grandes certos. Mas vai haver um “mix” de critérios. Quer dizer: a qualidade do curso, o aluno ter tido determinadas notas. Ainda não determinamos tudo, mas o princípio essencial que eu posso dizer é substituir o nervosismo de quem procura ser o primeiro em pegar a vaga, por uma situação em que seja mais baseada no mérito do curso, no mérito do aluno, na necessidade social do aluno.

O Enem 2015 já tem datas?
Não sabemos ainda. Nós estamos numa dúvida. Nós temos algumas datas entre as quais decidir, por isso não posso falar agora, não posso te dar uma resposta que vá ser correta.

Vai ser definida a data na semana que vem?
Nós estamos terminando o edital. Não sei se a gente consegue definir para a semana que vem. Mas a nossa política é: quanto mais cedo melhor. A definição, não necessariamente o exame.
Caderno de provas do enem 2013 (Foto: Reprodução)Caderno de provas do Enem 2013
(Foto: Reprodução)



Vai ter alguma novidade prevista para o exame, em termos de segurança?
Não. Basicamente são as mesmas regras, os mesmos princípios. O Enem é um exame que tem muito êxito. É uma operação dificílima, operação de guerra. Porque, sobretudo depois da fraude, que tentaram vender [a prova], os procedimentos de segurança foram muito reforçados.

Agora você tem todo tipo de coisa. Hackers que atacam, pessoas que tentam burlar, há uma quantidade enorme de liminares em cima da hora, pra tumultar, então sempre é uma operação delicada, tipo não poder dormir.

Vai ser meu primeiro fim de semana que não vou poder dormir. E espero que seja o primeiro, que não seja antes.

O antigo ministro Cid Gomes tinha anunciado a ideia de fazer o Enem digital.
Sim, nós temos essa intenção. Agora, para esse ano eu acho que é muito difícil. Basicamente por questões financeiras, mas também porque precisa estar tudo muito, muito redondo, muito fechado. Quer dizer, nós temos interesse, tão logo o produto esteja pronto, em lançá-lo, não demorar. Mas, sobretudo, o que é muito complexo, você tem que ter muita segurança pra lançar. Você não pode lançar com algum risco, por pequeno que seja.

E tem também a questão do banco de itens, não? De ter um volume suficiente de questões.
É, você precisa constituir uma série de coisas para ter segurança.





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